sexta-feira, 1 de março de 2013

Compressa

Coloquei a água para ferver, com destino certo. Ao colocar a água na bolsa de borracha, o vapor incomodou meus olhos, fechei logo a bolsa e caminhei para o quarto. Coloquei músicas que me lembravam várias coisas, repito em minha mente: "Gosto de músicas depressivas, mesmo não sendo depressivo" (tal frase tão clichê pra mim). Com uma toalha úmida enrolada na bolsa quente, deito na cama.
Certos dias até deitar na cama trás tanta coisa à mente. Coloco a compressa sobre os olhos, como disse o médico. Começo uma viagem entre as músicas, a sonolência e minha mente insana. Tanta coisa, tanta memória, me lembro quanto gosto de escrever, o quanto queria saber pintar, o quanto queria mais do que já quis, e quanto mais podemos querer.
A compressa esquenta demais, quase chega a queimar, mudo a posição para aliviar um pouco o ardor.
Em um de meus devaneios, penso sobre a possibilidade de tudo que veio à minha mente, ser fruto do calor da compressa que coloquei no rosto. Dou uma pequena risada do meu pensamento insano, tento voltar à ter um pouco de sensatez.
Acabo com a compressa sobre o peito.

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