sexta-feira, 20 de julho de 2018

Vida Seca




Tenho tido fome
Sabe quando nada te sacia? Que até o peito quente tange a pele fria.
Devoro o bife, o arroz e até os pratos
Me ponho a roupa nova, mas saio e me sinto aos farrapos
Como um livro, página por página devoro com os olhos
Da minha palavra não faz suficiente tudo, mas se puder devore-os.
Provo lábios, consumo amigos, como homens
Mas no final parece que vejo de longe as nuvens
Também tenho sede
E porque a nascente não molha a vida?
Sabe me dizer oque esse coração tanto bombeia querida?
O sistema nos transforma em ilhas em pleno sertão
É quase impossível não deixar levar e perder irmão
Nesse mundo que é um moinho e gira, vacilão roda
Ergue a cabeça, procure os seus e trace sua rota
Não quero pagar de sábio guiando o caminho do paraíso astral
Só escrevi no papel quase que um mantra pra ver se eu mesmo melhore minha moral