domingo, 3 de junho de 2012

Maldito espelho

Sempre gostei de me olhar no espelho, até que aprendi a olhar através dele, enxergar por detrás do reflexo me incomodou, percebi como realmente são as coisas, que tudo que sempre gostei na verdade me incomoda e não posso me vangloriar.
A imagem que os outros vêem está coberta de marcas, que não são enxergadas, que na verdade não querem se explicitar. Não sei se quebrar o espelho resolve, ou apenas não me olhar, o certo é concertar, olhar diferente, talvez ser diferente para conseguir olhar.
É bom sempre se inflar, mostrar por detrás das marcas, mas isso não leva a lugar nenhum, fugir de si mesmo, inventar uma imagem, correr sem destino, apenas reclamar, para quem? Quebrar e concertar, fazer oque acha que tem que ser feito.
Tentar descobrir oque me tornei, oque deixei pra trás, oque tinha que ser deixado, oque perdi, oque inventei, e oque foi real. É preciso um tempo pra si, pra vida, pra mente, apenas para se deixar desconstruir, apenas para se deixar fazer, um novo, ou saber oque sempre foi.
Não sei arrepender, apenas deixar, é preciso pensar, ir largando, recolhendo, plantando, colhendo, não esquecer de selecionar oque tem que ser colhido ou oque apenas passou do ponto, por esperar demais. As vezes é preciso calar, quando não se sabe como e oque falar.

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